Renato Nunes publica o primeiro livro aos 1 5 anos e quer “tocar corações”
Renato Nunes lançou, aos 15 anos, o seu primeiro livro. O autor tomarense publicou “A jornada da minha vida” no dia do seu aniversário, onde percorre o próprio caminho através da paixão pela escrita.
O livro revela as guerras silenciosas da infância de Renato e convida o leitor a entrar num território de fragilidades e superações, quedas e recomeços. É um retrato íntimo, marcado por dores profundas, mas também pela esperança e força para continuar.
Renato frequenta o 9º ano e diz sentir que a infância lhe escapou antes do tempo. Cresceu numa aldeia em Tomar e, apesar das dúvidas sobre o futuro profissional, quer tocar nos corações de todos. “Quero mostrar que, mesmo na escuridão mais profunda, existe sempre uma fenda por onde a luz entra”, reforça.
A conciliação entre a escola e a escrita nem sempre é fácil. “A escrita não espera”, diz o autor. “A escola ensina a pensar, a escrita ensina a sentir”. Os seus dias são ocupados pela escola e, à noite, é quando a inspiração costuma aparecer. Para Renato, a escrita funciona como um refúgio e uma cura.
O lançamento do livro foi o verdadeiro desafio. O processo foi lento e dominado pelo medo de ser incapaz. O trabalho de um ano, marcado por “noites em que as palavras nasceram sozinhas” e “noutras, onde silêncio pesava”, esteve mesmo para ficar guardado numa gaveta. O amor da família foi o impulso para transformar o sonho em realidade.
Ao ver o seu nome impresso na capa, “o coração parou”. Na apresentação do livro, entre lágrimas e sorrisos, Renato recorda também os olhares desconfiados. “Dizem que sou demasiado novo para escrever sobre dor, mas quem define a idade certa para sentir?”, questiona. Para o aluno, a obra é a prova de que, mesmo aos 14 anos, se pode carregar o peso do mundo e continuar a sonhar, apesar de “ainda ter muito por aprender com a vida”.
A sua inspiração literária vem de autores como Pedro Chagas Freitas e Mia Couto, mas a verdadeira motivação está fora das capas dos livros. São as pessoas “que acordam cansadas e, ainda assim continuam; que sorriem com o coração cheio de fissuras; que choram sem testemunhas e, mesmo assim, amam o mundo”.
Renato Nunes já está a preparar o próximo livro, “Fendas na Escuridão”, para 2026. Uma mensagem de motivação e esperança aos que são silenciados e vivem invisíveis.
