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Presidente da República apresenta condolências à família de Maria Velho da Costa

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Maria Velho da Costa marcou, a vários títulos, o seu tempo, o nosso tempo. Ainda no antigo regime, sofreu a perseguição judicial e política às «Novas Cartas Portuguesas», de que foi coautora, caso que desencadeou um importante movimento intelectual de solidariedade em vários países ocidentais.
À época, a escritora já tinha publicado o romance “Maina Mendes”, a que se seguiriam “Casas Pardas”, “Lucialima”, “Missa in Albis” e “Myra”, obra romanesca notável que lhe valeu diversas distinções, entre os quais o Prémio Camões, bem como os elogios da crítica e a admiração dos pares.
Poucos ficcionistas portugueses contemporâneos escreveram livros tão cultos e inventivos, tão exigentes e insubmissos. Maria Velho da Costa era uma ficcionista com aguda consciência de não-ficção, da poesia, do cinema. Escritora de ideias, muito atenta à dominação das mulheres e a outros mecanismos ancestrais, escritora com grande consciência ideológica e crítica, trouxe para o romance uma densa teia de alusões, imitações, homenagens, coloquialismos e arcaísmos, ousadias textuais, bem pensadas e perfeitamente executadas, que a consagraram como uma das maiores experimentalistas da nossa língua.
Professora em Portugal e mais tarde no Reino Unido, foi presidente da Associação Portuguesa de Escritores e exerceu funções públicas na Secretaria de Estado da Cultura, na Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses e no Instituto Camões.
Prestando homenagem a uma obra invulgar e memorável, apresento as minhas condolências à sua família.

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