EXCLUSIVO. O testemunho de uma estudante portuguesa em Itália

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A Tomar TV falou com Luísa Morais Sarmento, uma estudante de 21 anos que se encontra em Florença a tirar Arquitetura.

TTV: Como é que tudo começou?

Luísa: Eu cheguei a Florença dia 6 de Fevereiro, pronta para começar o meu Erasmus, de momento só se ouvia falar do COVID-19, na china. Aproveitei os dias antes das aulas começarem para me adaptar à vida nova, conhecer a cidade mas também visitar outras.

Fui a Bolonha no inico, já via algumas pessoas com mascaras nas zonas com mais aglomerados de pessoas, tal como a estação de comboios mas a cidade continuava cheia de turistas.”

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TTV: Na altura do Carnaval, como se vivia em Itália?

Luísa: “Em florença via-se as ruas mais vazias, já conseguia andar mais livre no centro, sem grandes aglomerados. Tive a oportunidade de ver o classico carnaval de Veneza, as cidade estava a abarrotar, vi muitas pessoas com mascara (dos dois géneros). O Carnavalfoi cancelado nesse domingo, já estava de volta a Florença e as noticias do COVID 19 já apareciam com mais alarido.

Apartir do Carnaval as coisas ficaram mais sérias e notava-se na cidade, as mascaras estavam esgotadas nas farmácias e já não se vendia álcool para as mãos nos supermercados.

Ainda tive oportunidade de ir a Pisa, a expectativa que tinha de ver muitas pessoas a tirar fotos com a torre, não era realidade, as ruas, restaurantes estavam quase vazios, nunca tive de esperar numa fila para entrar no que é que fosse, para aém de que consegui uma boa foto com a torre sem ninguem à volta.”

TTV: A Itália entra em estado de emergência dia 10 de Março, como é que foi esse momento?

Luísa: A noticia chegou dia 9 à noite, senti grande preocupação nas pessoas à minha volta, principalmente os estudantes de Erasmus, um país novo, língua nova, ainda agora tínhamos acabado de chegar… Ainda estávamos a tentar perceber o que é que lock down queria dizer, mas felizmente todas as pessoas que quiseram voltar para casa conseguiram. Antes do lock down já a universidade tinha fechado, igualmente as discotecas e os bares e restaurantes fechavam as 18h. Após o lock down tudo o que não era essencial tinha que fechar, os restaurantes começaram a trabalhar por entrga em casa.

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TTV: São muitas as imagens que nos chegam dos militares nas ruas, mas qual é a realidade ai?

Luísa: “Na verdade, nunca vi helicopetros ou nada à filme, há alguns militares ao pé das atrações turísticas mas nada de especial, à noite vejo os carros militares a passar pela minha rua.”

TTV: E o controlo das saídas à rua, como é que funciona?

Luísa: “No inicio do lock down ainda via pessoas a fazer desporto na rua, nunca em grupo, sempre sozinhos, as pessoas saem para por o lixo, fazer as compras, se precisarem, vão à farmácia.

É possível sermos abordados por policias, eu própria já fui, quando estava a ir para casa depois de ter ido ao supermercado, estava com a minha colega de casa. Perguntaram nos se estávamos juntas… ficamos vermelhas, não sabíamos o que devíamos responder, mas lá dissemos que sim mas porque vivamos juntas, pdiram nos a nossa identificação, fizeram algumas questões, e responderam nos a outras, sempre muito amáveis.”

TTV: Em relação aos supermercados, também houve uma “correria” às prateleiras em Itália?

Luísa: “Tive medo que isso acontecesse depois da noticia do lock down, mas nda aconteceu, não temos falta de nada nos supermecados,  continuamos com um grande stock de papel higiénico, talvez porque os italianos usam o bidé e levam isso muito a serio!

A única coisa que desaparece mais rápido e a farinha e o fermento, acho que toda a gente durante a quarentena quer ser o próximo master chef.

Mas há medidas de segurança, limite de pessoas, como é ir a um supermercado em Itália?

Sim, em todos os comércios, à limite de entrada, temos que esperar em fila fora, a um metro de distacia umas das outras, no caso dos supermercados dão-nos alccol para as mãos antes de entrarmos.”

TTV: Neste momento como te sentes?

Luísa: “Eu estou bem, obviamente que não eram estas as minhas expectativas de Erasmus, mas não estou sozinha, dou me bem com as minhas colegas de casa e ajudamo nos umas às outras. Tenho sempre a minha família e amigos a uma chamada de distancia, e neste momento sinto que estamos todos no mesmo barco.”

TTV: Nas redes sociais vemos várias manifestações de solideriedade, como é que tem sido em Florença?

Luísa: “Aqui em Florença fazemos uma coisa muito engraçada, às 18h da tarde, a hora do famoso aperitivo, colocamo nos à janela e partilhamos com os vizinhos musica, acabamos por nos cumprimentar à distancia ou brindamos de uma janela para a outra, é uma forma de manter o animo. Algumas casa colocam pinturas de arco iris com mensagens de esperança.”

TTV: Na tua opinião porque é que achas que o COVID-19 foi tão forte em Itália?

Luísa: “Não consigo dar uma opinião certa, acho que italia foi apanhada desprevenida. As cidades estão sempre à abarrotar, tornando se a propagação do vírus mais fácil, este pode ser uma das razões.”

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